Comusa estuda método mais sustentável de tratamento de esgoto

Está em operação a primeira estação de tratamento a utilizar um método espanhol no Brasil. O projeto é fruto de uma parceria com a Prefeitura, Comusa, Feevale e Macrofitas SL. O conhecimento sobre a tecnologia deste tipo de tratamento de esgotos no país é relativamente novo, havendo poucas estruturadas ainda no cenário nacional. Na maioria dos municípios, as tecnologias empregadas no tratamento de esgoto são caras e produzem resíduos tóxicos. A Comusa, em cooperação com Prefeitura de Novo Hamburgo e a Feevale, vem investigado, desde o final de 2011, o uso de tecnologias sustentáveis no tratamento de esgoto no município. Na estação de tratamento de esgoto Mundo Novo, localizada no bairro Canudos (Rua Walkíria Spindler), foi instalado um sistema piloto de tratamento que utiliza a tecnologia Hidrolution FMF (Filtro de Macrófitas Flutuantes), um método desenvolvido e patenteado pela empresa espanhola Macrofitas SL, com a qual a Feevale possui convênio. A estação laboratório, pioneira no Brasil, utiliza tecnologia já empregada em vários países, como Espanha, México, Colômbia, Estados Unidos, Peru e Uruguai, entre outros.

De acordo com o diretor técnico da Macrofitas SL, Diego Rey Quintana, que acompanha periodicamente a utilização do sistema em Novo Hamburgo, em conjunto com professores da área ambiental da Feevale, esta tecnologia é mais barata e eficiente, pois utiliza a força da natureza no tratamento do esgoto. Para o professor Marco Antônio Siqueira, esta é uma solução para Novo Hamburgo, pois alia o baixo custo com a sustentabilidade. “Temos um déficit muito grande no tratamento de esgoto no Brasil, principalmente pela falta de recursos dos pequenos municípios. Com essa iniciativa pioneira, Novo Hamburgo pretende ser um exemplo para o Brasil, no sentido de promover uma tecnologia sustentável”, afirma.

“Desde a implantação, a Comusa está usando o sistema como uma espécie de laboratório, para os funcionários poderem se familiarizar com a tecnologia”, ressalta o diretor geral da Comusa, Mozar Dietrich. Atualmente, Novo Hamburgo trata apenas 4% do esgoto, mas está investindo desde 2009 mais de R$ 150 milhões em saneamento, para alcançar, no mínimo, 80% de esgoto tratando nos próximos 4 anos e, além disso, ampliar o sistema de abastecimento de água em 30%. 

Como funciona o Hidrolution FMF

A principal inovação da tecnologia FMF é emprego de balsas para promover a flotação das plantas. No caso, é utilizada a Typha dominguense. Com apoio adequado, as raízes de todas as plantas se entrelaçam, tecendo um tapete raízes que flutua na água. O Hidrolution FMF é um sistema de plantio e suporte de plantas em água (partes EFE, ESE e CRC), sendo um dos elos fundamentais para a viabilidade do filtro, pois o suporte maximiza as chances de sobrevivência, permitindo a adaptação das plantas à flutuabilidade e crescimento das plantas jovens para formação o filtro.

Uma vez formado o filtro flutuante de plantas, o oxigênio é injetado diretamente do ar para o esgoto através das folhas e raízes, graças ao sistema alveolar de sua estrutura. O conjunto atua como membranas que canalizam o oxigênio diretamente para a raiz pela diferença de pressão isostática entre o oxigênio do ar e o oxigênio da água. A estrutura de membrana vegetal desenvolvida é estável, pois a transmissão de oxigênio é realizada unicamente pela diferença da pressão isostática, sendo um sistema de oxigenação operativo nos 365 dias do ano, 24 hora por dia. As plantas em flutuação absorvem as impurezas e injetam oxigênio de forma natural no esgoto, além de fornecerem uma grande superfície para a fixação de microrganismos que auxiliam no processo de purificação, através do filtro de raízes. Além do sistema de aeração promovido pelas plantas na concepção do sistema,existem zonas anaeróbicas que tem a função de degradar  os nutrientes.

As principais diferenças entre o sistema Hidrolution FMF e o sistema de Lodos Ativados (atualmente um dos mais utilizados no mundo) refere-se ao fato de que o sistema de Lodos Ativados requer um alto consumo energético em decorrência da aeração artificial, além da produção de lodo como resíduo secundário, o qual exige altos investimentos financeiros para seu tratamento e destinação adequados. Já o sistema Hidrolution FMF possui um baixo custo energético/financeiro e não gera lodo.

Implantação em todo o município

Novo Hamburgo está com um projeto de construção de uma estação maior, que utilize o sistema Hidrolution FMF, e que será no bairro Santo Afonso. A previsão é que a estação ocupe cerca de 15 hectares, com um orçamento de R$ 50 milhões, com início das obras em 2014.

 

Notí­cia em 14/03/2013

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