Dando continuidade ao projeto que transformará Novo Hamburgo na cidade da região que mais cuida do Rio dos Sinos, passando a tratar até 80% do esgoto que é despejado nos seus afluentes, uma comitiva da Prefeitura, Comusa – Serviços de Água e Esgoto e Universidade Feevale está na Europa visitando e conhecendo sistemas de tratamento que poderão ser implantados no Município. A meta é implantar um procedimento econômico e sustentável para o futuro procedimento. O grupo está na Espanha desde sábado, dia 10 de setembro, e no dia 15 embarca para a Holanda.
Segundo o prefeito Tarcísio Zimmermann, que acompanha de perto as tratativas, todas as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) visitadas até agora foram experiências muito positivas. “Fizemos um longo roteiro e passamos por diversas unidades que funcionam por meio de juncos, todos atendendo plenamente as exigências de tratamento”, explicou Tarcísio. O tratamento de esgoto com uso da planta referida pelo prefeito foi um dos sistemas apresentados durante o Seminário Sistemas de Tratamento de Esgoto Sanitário e Destinação de Resíduos Sólidos – Alternativas Tecnológicas, que ocorreu em julho na Feevale, e tem se mostrado a alternativa mais adequada.
Uma das estações que foram visitadas fica em uma cidade chamada Garbayuela, distante 286 quilômetros de Madri. A comitiva também passou por Los Corjitos, localidade que apresentou equipamentos mais avançados. Um terceiro sistema conferido pelas autoridades fica a 30 quilômetros do Centro de Madri, construída dentro de uma área de escola infantil, que trata o esgoto da própria escola. “Essa é de natureza demonstrativa, mas prova que este sistema não gera moscas, mosquitos ou mau cheiro. Os juncos existem de fato no Brasil e por isso não haveria problemas de adaptação de espécies”, completou Tarcísio.
Equipe técnica auxilia nas avaliações
Com o auxílio de uma equipe técnica formada por engenheiros da Comusa e seu diretor-geral, Mozar Dietrich, do secretário de Meio Ambiente, Ubiratan Hack, e de professores da Universidade Feevale, a comitiva está desenvolvendo um trabalho de grande importância, principalmente nos aspectos que remetem diretamente nas avaliações mais detalhadas e tecnológicas dos sistemas presenciados. “O grupo está bastante entusiasmado com o que foi visto e há grande expectativa para as próximas visitas”, afirma o prefeito, já relembrando na terça-feira, dia 13 de setembro, o grupo visita a cidade de Tres Cantos-Ciudalcampo, onde se reunirão com o vice-prefeito da localidade, Ignácio Gonzáles.
Obra de saneamento é a maior da região
As obras de saneamento em Novo Hamburgo iniciaram em março de 2011 e terão o maior investimento da história do Vale do Sinos. A Prefeitura de Novo Hamburgo, por meio da Comusa – Serviços de Água e Esgoto, investirá R$ 150 milhões para toda a estrutura, recursos oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com 10% de contrapartida. Após concluída a obra, a cidade devolverá ao Rio dos Sinos uma água mais limpa que a do próprio rio.
Para que o sonho do tratamento de esgoto se transforme em realidade, a primeira etapa da obra histórica contemplará a construção de uma rede coletora de esgoto, interceptores mistos, a Estação de Bombeamento de Esgoto, no bairro Santo Afonso, e linha de recalque de esgoto (tubulações que interligam a estação de bombeamento à Estação de Tratamento de Esgoto). O novo sistema terá capacidade para tratar 590 litros de esgoto por segundo. Com a bacia do Arroio Luiz Rau totalmente reestruturada com uma rede coletora de 15,6 quilômetros de extensão, 130 mil pessoas em 17 bairros serão beneficiadas.
As bacias
Para a formulação do projeto, a área de Novo Hamburgo foi dividida em três: a do Arroio Luiz Rau, no Centro; a do Arroio Pampa, Leste; e a do Cerquinha, Oeste. O Arroio Luiz Rau, também conhecido como Arroio Preto, é o maior deles e o mais poluído. Um dos objetivos da obra é devolver o arroio limpo à cidade, inclusive, com condições para vida aquática. Quando a obra do Arroio Luiz Rau estiver concluída, Novo Hamburgo terá alcançado a capacidade de tratar 50% do esgoto da cidade.
Impacto no Meio Ambiente
Historicamente o esgoto gerado na cidade é despejado nos arroios que chegam ao Rio dos Sinos. Sem tratamento, estes resíduos causam impactos negativos significativos em toda a região, como disseminação de doenças, agravamento do problema de escassez de água de boa qualidade, desequilíbrio ecológico e mortandade de peixes. Os arroios são os grandes receptores deste material nos centros urbanos. Tratar o esgoto significa menos gastos com problemas de saúde no futuro. Diz-se que para cada um real investido em saneamento, quatro reais são economizados na saúde. Além disso, haverá impactos positivos como melhoria de qualidade de vida da população e das águas do Rio dos Sinos, reconhecido hoje como um dos mais poluídos do Brasil.
Os investimentos
Tratamento de esgoto sanitário da bacia do Arroio Luiz Rau
Total: R$ 65,6 milhões
Habitantes beneficiados: 130 mil
Tratamento de esgoto sanitário da bacia do Arroio Pampa
Total: R$ 58,2 milhões
Habitantes beneficiados: 75 mil
Total Esgoto: R$ 123,8 milhões
Nova captação e adução de água bruta
Total: R$ 26,5 milhões
Habitantes beneficiados:237 mil
Total Geral: R$ 150,3 milhões
Notícia em 13/09/2011