As intensas chuvas de julho, que causaram cheias em Novo Hamburgo e demais cidades banhadas pelo Rio dos Sinos, trouxeram à tona uma prática comum, porém de extrema importância para a população. A medição real do nível do rio feita pela Comusa – Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo possibilita monitorar o abastecimento de água da cidade, principalmente em épocas de seca, e alertar Defesa Civil e famílias para possíveis alagamentos em áreas de risco.
Não existe um nível considerado normal do Rio dos Sinos. Quando a medição se aproxima de 2,50m, há a possibilidade de estiagem. Por outro lado, quando o nível ultrapassa os 7m, é sinal de que o Sinos poderá transbordar e causar alagamentos. “São informações que servem para o nosso trabalho, mas que ajudam uma série de frentes, de diversos municípios”, salienta o diretor-geral da Comusa, Alvaro Alencar.
As informações são colhidas na Estação de Captação de Água Bruta (EAB), localizada junto à ponte da Estrada da Integração Leopoldo Petry. São nove réguas de 1m cada, localizadas em diversas áreas na beira do rio. Os dados são repassados pela equipe da EAB, por meio de planilhas, ao Centro de Controle Operacional (CCO) da Comusa, onde são arquivados para futuras consultas e composição de gráficos. No mesmo intervalo de tempo em que é registrado, o nível do rio é informado pelo CCO a um grupo fechado do WhatsApp composto por servidores da Comusa e da Defesa Civil. Posteriormente, as mesmas informações são divulgadas pela Assessoria de Comunicação Social nas redes sociais para conhecimento geral da comunidade e da imprensa.
Em situações críticas, quando o nível do rio ultrapassa os limites seguros para a população em Novo Hamburgo, tanto de seca quanto de cheias, a propagação das informações é mais constante. “Normalmente o nível é medido a cada 2h. Em casos emergenciais, como foi recentemente, a medição é feita de hora em hora”, comenta o encarregado do Controle de Perdas da Comusa, Dirceu Rodrigues de Ávila Junior.
Cheia recorde e medidas tomadas
A maior medição do Rio dos Sinos registrada pela Comusa em Novo Hamburgo foi em 2013, quando o nível chegou a 8,44m. Uma enchente histórica e inesperada, que deixou centenas de desabrigados e causou problemas de abastecimento de água. Desde o episódio, a autarquia tomou medidas para se preparar para fortes cheias, ao mesmo tempo que tem obras em andamento da ampliação e modernização do Sistema de Abastecimento de Água (SAA), um modelo mais seguro e robusto que garantirá mais 26% de água à população. “Estamos investindo mais de R$ 29 milhões para proporcionar mais qualidade ao fornecimento de água à população”, garante o prefeito Luis Lauermann.
Fotos: Thales Renato
Planilha com os níveis do rio é atualizada diariamente
Régua de medição localizada junto à EAB