Com a recente crise hídrica vivida em algumas regiões do país, a Comusa – Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo está reforçando medidas no objetivo de garantir o abastecimento à população para os próximos anos. Além das obras em andamento que vão ampliar a distribuição de água no Município e as ações de educação ambiental desenvolvidas diariamente junto à comunidade, a autarquia faz a defesa que grandes barragens sejam construídas nos morros para que a água da chuva seja reservada. Assim, Novo Hamburgo e as demais cidades que dependem do Rio dos Sinos não ficariam reféns de apenas uma fonte para garantir o fornecimento de água aos cidadãos.
A pauta tem sido levada adiante em diversas atividades com governantes, especialistas e lideranças. A mais recente discussão ocorreu na tarde de quarta-feira, dia 11 de março, na Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo. O diretor-geral da Comusa, Mozar Dietrich, trouxe exemplos de várias regiões do mundo que utilizam barragens e os resultados obtidos nesses locais. “Para nossa região, a ideia já foi discutida e apresentada há 50 anos, quando um grupo de alemães fez um estudo da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. Na época, já se dizia que grandes barragens eram a mais eficaz solução para reservar água. Temos que encarar o tema com urgência. E tocar isso adiante depende do esforço de muitos para que se realize”, ponderou.
Além de ter um alto grau de poluição, o que dificulta o tratamento, o Rio dos Sinos não tem o mesmo potencial de armazenamento de água em comparação há outros rios. Ele funciona como um canal – assim como enche com velocidade, o nível da água também cai rapidamente. “E a demanda de consumo é muito alta. Somente em Novo Hamburgo temos mais de 80 mil economias abastecidas pela Comusa, todas dependentes do Rio dos Sinos”, enfatizou Dietrich.
O diretor-geral da autarquia citou diversas soluções que são discutidas no Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos) e outras instâncias. Medidas como recuperação da mata ciliar e dos banhados, construção de açudes e microbarragens, multas para gastos excessivos, entre outros, são vistos com bons olhos, mas os resultados podem não ser tão efetivos. “Na prática, algumas destas ações teriam problemas de execução e gerenciamento. A água é um tema que jamais envolveu tanta discussão e precisamos de soluções mais urgentes para resolver os problemas”, frisou.
Foto: Ronan Dannenberg
Mozar Dietrich defendeu a construção de barragens para reservação de água
Notícia em 13/03/2015