Apesar do tempo chuvoso das últimas semanas e da série de obstáculos encontrados durante a instalação dos tubos interceptores do esgoto sanitário nas margens do Arroio Luiz Rau em Novo Hamburgo, o andamento da obra está dentro do cronograma, e 2 dos 15 quilômetros de redes projetadas já estão concluídos. Atualmente 3 equipes com mais de 30 pessoas e 19 máquinas, entre escavadeiras e caminhões, estão trabalhando no empreendimento em três bairros diferentes. Iniciada em março deste ano, a obra elevará o índice de esgoto tratado na cidade de 2% para 50% nos próximos anos. Somente o sistema Luiz Rau terá capacidade para tratar 590 litros de esgoto por segundo, beneficiando 130 mil moradores em 17 bairros. Esta primeira fase de construção dos interceptores, da Estação de Bombeamento de Esgoto e Linha de Recalque tem previsão de conclusão em 18 meses.

Os canos entre 150 milímetros e um metro de diâmetro estão sendo colocados ao longo da Avenida Nações Unidas na margem esquerda do Arroio Luiz Rau. Uma equipe está atuando entre a Rua 24 de Maio e a Caxias do Sul, no bairro Vila Rosa, a segunda entre a Rua Guananás e Sete de Setembro, no Ouro Branco, e a outra entre as ruas Rodrigues Alves e Sete de Setembro, no Industrial. O trecho entre a Av Joaquin Nabuco e 5 de Abril já está concluído. Entre as ruas Caxias do Sul e Rincão já está concluídos nas duas margens. Outro trecho pronto é entre a Avenida Pedro Adams Filho e Rodrigues Alves. Contudo, o diretor geral da Comusa, Mozar Dietrich, aponta que na região há muitas dificuldades no processo de escavação. “O solo é muito arenoso no local, de cor cinza escuro, com presença de argila mole em baixo da camada arenosa, o que resulta muitas vezes em desmoronamentos das valas mesmo com escoramento. Já houve até afundamento de canos, que necessitaram ser retirados e feita uma cama de pedras antes de recolocá-los. Até mesmo máquinas grandes têm ficado atoladas nessa região. A chuva que tem sido uma constante no mês de julho e o nível alto da água do Arroio também dificulta sobremaneira a escavação, inundando seguidamente as valas e impedindo os trabalhos”, explica.

Nos próximos dias, com avanço da obra da Rua Rodrigues Alves até a Sete de Setembro terá outro obstáculo no caminho. Há redes de luz, de telefone e de água que aparecem com as escavações e acabam atrapalhando o andamento do serviço. “São alguns empecilhos que não foram possíveis identificar no projeto executivo, mas agora estão surgindo”, revela o diretor técnico da Comusa, Alexandre Menezes.

Saneamento recebe o maior investimento da história

Novo Hamburgo está investindo R$ 150 milhões na maior obra de saneamento da sua história. Em cinco anos, o volume de esgoto tratado no Município será de 80% e a capacidade de captação e tratamento de água será ampliada em 30%. “Mas para atingir esse patamar dos países desenvolvidos, cada hamburguense precisa estar preparado para os contratempos que, inevitavelmente, acompanham uma obra de tamanha envergadura”, lembra Dietrich.