Não raro, agentes da Comusa – Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo flagram grandes flocos de gordura nas tubulações, um dos principais fatores que causam entupimento dos canos e prejudica o tratamento tanto de água quanto de esgoto. Parte disso é decorrente do descarte inadequado de óleo de cozinha, muitas vezes despejado no ralo da pia, indo direto para as redes do Município. A Coordenação Socioambiental da autarquia, com ações na rua, em contato direto com a comunidade, trabalha na conscientização dos moradores, orientando sobre o descarte correto do óleo de cozinha e de outros resíduos.
O problema não é de agora, mas já foi amplamente trabalhado após a realização da Pesquisa Percepção Ambiental Sobre o Esgotamento Sanitário, aplicado pela Comusa em regiões da cidade já contempladas com tratamento de esgoto. Entre as questões, os agentes perguntaram para os moradores sobre o descarte do óleo de cozinha e 46,4% responderam que encaminham o resíduo para destinação correta. “No entanto, na prática, não é o que vivenciamos. Ao abrirmos caixas de esgoto, encontramos flocos de gordura formados pelo óleo de cozinha. Isso ocorre tanto nas redes cloacais, destinadas ao esgoto sanitário, como nas tubulações da Prefeitura, que é voltado ao esgoto pluvial”, relata a educadora ambiental Milena Rossetti.
A pesquisa está sendo compilada e será divulgada em breve. Mas os resultados já analisados esclarecem que o óleo de cozinha se junta a outros tantos resíduos que são descartados incorretamente nas tubulações, como garrafas pet, tecidos, embalagens plásticas, camisinhas, fraldas, medicamentos, entre outros.
Trabalho da Comusa é reconhecido nacionalmente
A realidade não é exclusiva de Novo Hamburgo, mas ter uma pesquisa que esclarece a percepção da comunidade sobre o problema coloca a cidade como uma das pioneiras nesse tipo de trabalho de conscientização. Recentemente, Milena apresentou os resultados na 45ª Assembleia Nacional da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), em Poços de Caldas/MG. Lá, obteve retorno positivo de especialistas sobre o tema.
O professor da Universidade Federal de Goiás e membro da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), José Vicente Granato de Araújo, elogiou a iniciativa. “Embora a gente conheça a realidade dos municípios e dos estados, não tínhamos isso quantificado. Assusta os baixos índices de conhecimento da população”, destacou. Para a chefe dos serviços de educação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em João Pessoa/PB, Elma Maria de Araújo Pimentel, a Comusa está sensibilizada com o trabalho educativo. “Não é todo mundo que dá a importância que a autarquia tem dado. A falta de conhecimento é grande e somente com um forte investimento em educação ambiental podemos mudar essa realidade”, enfatizou.
Resíduos domésticos - onde levar:
- O Município de Novo Hamburgo conta com coleta seletiva porta-a-porta na região central. Para solicitar o serviço, o morador deve entrar em contato com a Cooperativa Coolabore Filial 2 (abaixo).
- Resíduos de jardinagem e os resíduos domésticos não perigosos devidamente embalados, são recolhidos pela coleta pública de resíduos.
- Lâmpadas, pilhas, baterias, pneus e embalagens contaminadas com óleos lubrificantes, agrotóxicos e resíduos perigosos podem ser retornados aos fornecedores, desde que comprovada a compra.
- Antes de depositar os resíduos e em qualquer dúvida, entre em contato com os locais abaixo.
Telefone: (51) 3594-9999
E-mail: limpezapublica@novohamburgo.rs.gov.br
Fotos: Divulgação/Comusa
Nas manutenções das redes de esgoto cloacal, seguidamente as equipes da Comusa encontram resíduos que entopem as tubulações
Óleo de cozinha forma flocos de gordura na rede de esgoto, causando entupimentos e problemas para o meio ambiente
Notícia em 22/06/2015